Na tentativa da reconstrução da memória do meu irmão Adilson, falecido em 2023, mergulhei em um processo profundamente íntimo e emocional. Através de imagens fotografadas durante as minhas saídas noturnas e fotografias de arquivo, a narrativa visual explora a ausência, a culpa e a tentativa de cura emocional. Encontrei na fotografia uma ferramenta para enfrentar a dor do luto e resgatar a presença do irmão em todo lugar que eu frequentava. O meu trabalho revela um percurso pessoal de aceitação e reconciliação, onde cada imagem funciona como um elo entre a memória e o presente.

“Adilson” é um projeto que parte do meu processo pessoal de luto pela perda do meu irmão. Mais do que uma homenagem, o meu trabalho representa uma tentativa de reencontro com as memórias que guardo dele, mas também com as ausências e silêncios que ficaram entre nós. Através da fotografia, procurei compreender os sentimentos de culpa, distância e dor que ainda carrego, usei a fotografia como um caminho para a cura.




Sempre foi tudo muito confuso, ele escondia e se recusava a aceitar, mas o diagnóstico foi inevitável.
HIV positivo.









Nunca o fotografei, e nem encontrei uma fotografia em que estivéssemos juntos. Entretanto, encontrei esta imagem que acredito que tenha sido tirada por ele.

“Adilson” é, acima de tudo, um gesto íntimo: a procura de um irmão através da luz, do tempo e da fotografia.